Patrícia Tavares: “O poder traz responsabilidades”
Lançado nesta 13ª edição do Pajuçara Management, o painel “Pajuçara Management: Ideias que Inspiram” contou com a palestra da consultora Patrícia Tavares, profissional atuante há 12 anos na qualificação de executivos e responsável por projetos em empresas como Kraft Foods, L’oreal e Itaú.
No novo formato do evento, a palestrante introduziu o tema ‘Poder e Influência’, explorado sob diferentes perspectivas em um bate-papo posterior com três personalidades referências em Alagoas: a universitária Larissa Maranhão, o empresário Rodrigo Tenório e o deputado Rodrigo Cunha. A identidade dos convidados foi revelada somente naquele momento, como fator surpresa do painel.
Patrícia deu início à apresentação explicando o significado da palavra poder.
“É um fenômeno que pode se transformar na capacidade de mobilizar uma energia potencial. É preciso energia para iniciar e sustentar um movimento e é preciso discutir o que é necessário para fazer uma ação acontecer. O poder é um fenômeno muito mais sutil e presente no nosso dia a dia do que imaginamos. Se você está visível, você tem condições de exercer o poder”, afirmou.
Segundo a consultora, as pessoas tendem a julgar o poder como uma algo ruim. Entretanto, alertou que sendo o poder uma energia, não tem um lado positivo ou negativo. “O que pode ser avaliado como bom ou mau são os impactos das ações. Se você vai exercer poder, vai ter que se responsabilizar pelo que acontece”, esclareceu.
Algumas características são consideradas ‘alavancas pessoais de poder’ neste contexto: carisma, conhecimento, históricos de realizações, boas relações de trabalho, capacidade de diagnosticar pessoas e produção de informações.
Em sua conclusão, relembrou uma frase de Margareth Thatcher que considera essencial: “Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é”.
O case Hand Talk
O primeiro convidado a compartilhar sua trajetória inspiradora foi Ronaldo Tenório, criador do aplicativo Hand Talk, plataforma que traduz texto, áudio e fotos para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Seu software foi eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2013, como o melhor aplicativo do mundo. Também ganhou o prêmio de melhor aplicativo social no World Summit Award (WSA).
“Acho que o empreendedor tem isso na veia, de ser movido a desafios, de querer sempre mais, querer crescer. A Hand Talk está possibilitando a mais de 1400 sites o fornecimento de informações para surdos e mudos. E nós ainda queremos que a ferramenta cresça, seja inserida em vídeos no Youtube, em museus através de QR Code, e na TV digital, para fazer traduções em tempo real”, contou.
Uma alagoana em Harvard
Com muita desenvoltura, Larissa Maranhão falou sobre sua experiência como estudante de economia na universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e sobre sua vitória em um prêmio que destaca jovens inspiradores no Brasil. Bem humorada, ela divertiu a plateia nos minutos em que compartilhou sua história.
Para alcançar o sonho de ingressar na instituição americana, Larissa citou três fatores relevantes no processo: importância de correr riscos, responsabilidade e estar cercada de pessoas boas.
“Para fazer uma coisa grande, você precisar enfrentar um risco grande. A economia sempre esteve no meu sangue e meu projeto de vida era conseguir entrar em Harvard. Para isso, me dediquei, cheguei a trocar minha festa de 15 anos por um intercâmbio em Ohio para aperfeiçoar meu inglês e fui voluntária na Índia. Na minha primeira aplicação não fui aceita, mas não desisti. Tento trazer um pouco dessas vivências para dentro de casa e ajudar a desenvolver nosso país de alguma forma”, revelou.
Político com orgulho
Eleito para seu primeiro cargo político como o deputado estadual mais votado em 2014, Rodrigo Cunha iniciou sua apresentação afirmando que seu objetivo de vida era dar um desfecho digno à morte dos pais e conseguir justiça. Ambos foram assassinados em uma chacina de motivações políticas.
Formado em Direito, com especializações em gestão empresarial, gestão pública e direito do consumidor, o parlamentar também compartilhou sua experiência como gestor público, quando esteve à frente da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), tornando o órgão referência nacional.
“Cheguei a desenvolver um site para mostrar à população as provas do processo que julgava o caso dos meus pais, porque para mim era inadmissível conviver com a perda deles e com a impunidade. Na gestão pública, aprendi e convenci os que trabalham comigo que o serviço público podia funcionar e que não é perda de tempo se dedicar e oferecer um serviço melhor às pessoas”.
“Consegui quebrar o paradigma de que ninguém consegue se eleger sem dinheiro e sem conchavos. Usei muito o WhatsApp para divulgar minhas propostas e cativar meu público. Como a Patrícia falou, a gente não pode achar que a política é só coisa ruim”, finalizou.
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